Hackers furtam US$ 140 milhões de provedor de banco central
Na quarta-feira, a C&M Software, uma empresa que serve de ponte entre o Banco Central do Brasil e diversas instituições financeiras, sofreu um ataque hacker que causou um prejuízo enorme. Aproximadamente 800 milhões de reais, ou US$ 140 milhões, foram roubados de seis instituições conectadas ao banco central. É uma situação alarmante que mostra como a segurança cibernética ainda precisa de muita atenção.
O problema começou quando um funcionário da C&M, aparentemente, vendeu suas credenciais de login para um cibercriminoso por cerca de US$ 2.700. Com isso, o hacker conseguiu acesso ao sistema de software da empresa e conseguiu desviar fundos que estavam guardados em contas de reserva, como revelou um site de notícias de São Paulo. Isso nos leva a refletir sobre a importância de proteger informações sensíveis e as consequências da falta dessa proteção.
De acordo com ZachXBT, um detetive da Onchain, os hackers conseguiram transformar entre US$ 30 milhões e US$ 40 milhões do montante roubado em Bitcoin (BTC), Ether (ETH) e USDt (USDT). Para esconder esses valores, eles utilizaram bolsas latinas e plataformas de negociação que funcionam de forma diferente do normal, o que torna ainda mais complicado rastrear esses ativos.
Esse incidente ilustra o quão vulneráveis são os sistemas centralizados em plena era digital. Quando um ponto falha, as consequências podem ser devastadoras, não apenas em termos financeiros, mas também em relação a dados sensíveis que podem ser expostos.
Os sistemas centralizados são alvos fáceis na era da inteligência artificial
Sistemas que dependem de uma estrutura centralizada são naturalmente alvos de invasões, tentativas de resgate e outras vulnerabilidades, especialmente agora que a inteligência artificial está cada vez mais presente em ataques cibernéticos. Em 2024, as bolsas centralizadas de criptomoedas começaram a ser focos de novos ataques, conforme os hackers passaram a explorar plataformas que têm um único ponto de falha.
Eran Barak, CEO da Shielded Technologies, ressaltou a crescente necessidade de ferramentas de privacidade para proteger os dados. Ele explicou que os cibercriminosos estão enxergando grandes retornos ao atacar esses sistemas centralizados, que podem ter milhões de senhas e dados confidenciais armazenados, além de bilhões de dólares. Isso torna essas plataformas altamente atraentes para os hackers.
Barak também mencionou que tecnologias de blockchain descentralizadas, como as provas de conhecimento zero (ZKPs), podem ajudar a minimizar esses riscos. Elas tornam o trabalho dos hackers muito mais difícil, já que ao invés de um grande banco de dados com milhões de registros, eles teriam que atacar contas ou carteiras individuais. Isso, segundo ele, tornaria o investimento muito menos atrativo para os criminosos.
Essas discussões nos fazem perceber que, neste cenário digital em constante evolução, a segurança precisa ser prioridade. Afinal, à medida que a tecnologia avança, os métodos de ataque também evoluem, tornando cada vez mais crucial a adoção de soluções inovadoras para proteger informações valiosas.